11/08/2022
Como você já deve imaginar, phygital é o encontro das palavras physical e digital. De tecnologias mais estabelecidas como o QR code e as em ascensão como a NFC (Near Field Communication), o phygital não se qualifica como tendência por já ser realidade nas nossas vidas. Em festivais de músicas e até supermercados, experiências phygital estão mudando como consumimos no mundo real, e facilitando muitos processos.
Phygital na moda: abrindo a caminho para o Metaverso
O digital passou a ter ainda mais alcance na nossa rotina após a pandemia, mas a moda já vinha olhando pra ele desde muito antes. Lá em maio de 2019, a marca nova-iorquina The Fabricant leiloou o vestido “Iridescence”, que ficou conhecido como a primeira peça de alta costura digital em blockchain, sendo vendida por US $9.500 via a plataforma Potion, com seu valor destinado à caridade.
De uma certa maneira, a moda phygital se parece muito com o que já vimos diariamente nas redes sociais: versões alternativas e digitalizadas do mundo real. Dos filtros de Instagram à realidade virtual, estamos acostumados com as alterações digitais que a tecnologia permite. Marcas internacionais como Nike e nacionais, como Renner, já estão incorporando essas possibilidades a peças e coleções phygital, muito além de lojas-conceito com experiências facilitadas.
A Renner lançou em 2022 uma campanha outono/inverno com uma coleção cápsula (coleção com menos peças que a principal) e tudo foi feito virtualmente – desde o desenho das roupas até as imagens de venda dos produtos. A tecnologia 3D também está presente na jornada de compra, em uma loja com realidade virtual, criada para apresentar os detalhes dos produtos e permitir interação com os clientes.
Já a Nike foi além na convergência entre físico e web 3.0. Através de sua marca de moda digital Rtfkt, lançaram um moletom com capuz que incorpora um chip NFC, que permite aos compradores conectá-lo a uma versão digital da roupa na forma de uma NFT, “usável” por avatares digitais. Os compradores dessa peça podem acionar a comunicação com o NFT digitalizando um código QR no moletom físico, permitindo que o vestuário digital rastreie os movimentos do usuário em realidade aumentada e personalize sua peça com asas e outras melhorias. A marca prometeu também que a tecnologia dará acesso a eventos físicos futuramente.
Por que envolver o real no digital é mais importante do que nunca
Designers, especialistas em marcas e desenvolvedores terão o árduo trabalho de lembrar que o produto final deve, sempre, estabelecer uma conexão humana, principalmente às vésperas de uma nova internet. Compramos para as experiências que queremos, em produtos que nos agregam valor, em todos os aspectos.
Estamos no início de uma jornada de wearables inteligentes, peças híbridas entre digital e físico e uma inclinação/necessidade incessante de que a tecnologia seja incorporada à moda. O futuro da moda está não só em métodos mais sustentáveis como em jornadas de compra reimaginadas, que fluam da web para o nosso armário com ainda mais funcionalidades. Que comecem os jogos!